segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A PRIMAVERA DE 1974 COMEÇOU EM NOVEMBRO...para mim!




A ideia de primavera desperta em cada um a expectativa de novas perspectivas pela visão multicolorida que ela nos proporciona. O verde está mais verde, e o colorido parece ter sido retocado pelas mãos do Criador. É lógico que saímos de um inverno  que não fez frio, porém deixou marcas de um estio bravo com muito focos extremamente secos e gerando grande facilidade para queimadas, o que pigmenta de cinza com a fumaça que exala das queimadas que não são poucas. Mas, em compensação  as cores da primavera agora vem embelezar o nosso habitat.

Quase que anualmente neste período sou arremetido a pensar no tempo da minha infância e adolescência e mais diretamente nas primaveras que experimentei por aqueles idos. Eram diferentes? E porque não seriam? Pelo menos as cores sobejavam por todas as cercanias de onde eu residia. Até quase doze anos morando em Itapira, os bairros dos Prados, o Parque Juca Mulato, a descida para o Cubatão, o alto da Santa Cruz nas imediações da Avenida Pauletti, lugares por demais floridos com suas encantadoras arvores. Depois dos doze até os dezesseis anos, a Avenida Altino Martini, imediações do Restaurante Peixada e Jangada. Os campos do Dr.Mello, e o caminho interno Vila Champion-Mogi Guaçu via varjão da Martini. Particularmente residi no Solar dos Caldeiras, uma família maravilhosa de São Paulo, e ali também as flores eram depois dos Caldeiras, as mais belas obras da mão do Criador.

Algumas cores das minhas primaveras infanto-juvenis ainda estão patenteadas em minha memória com translúcidas lembranças. Lembro-me do denotado colorido dos ipês roxo e amarelo, da encantadora buganvília, trepadeiras ornamentais que demarcam a primavera e são nativas do Brasil. Não consigo esquecer do pau-brasil, com flores de uma amarelo-ouro que desabrocha de forma esplendorosa em setembro e outubro, e mais particularmente não consigo esquecer do pau-brasil que tinha plantado no centro entre a praça Mal.Candido Rondon e Av.Sargento Aviador Osvaldo Fernandes, ali naquela praça lembro me do pároco René fazia sua leitura e meditações andando ao derredor daquela bela árvore de Pau-brasil.

(algumas imagens modernas, já que as que tinha foram tiradas com uma polaroid(a estrela daquele tempo 62-66) e só tem o papel film, as cores o tempo comeu).
bunganvilia

ipê amarelo

ipê roxo

pau-brasil

Bem, saudosismo a parte voltemos à primavera na sua essência. Como estação diria que ela consegue transpor os stresses cotidianos do rush moderno imposto pela extrema necessidade da luta pela sobrevivência. Quem sabe mesmo a primavera consegue mover o nosso interior, despertar a nossa alma para ver a beleza das cores e de que como Deus não poupou suas tintas divinas para despertar a natureza. Aliás, penso que se o homem não tivesse caído em Genesis 3, a primavera seria a nossa única estação. Então a degradação ecológica não é de agora, mas remonta ao tempo da inocência. Quem sabe seja ela existente mesmo para mostrar ao homem a possibilidade da restauração da vida. Afinal, padecer sob rigoroso inverno ou causticante verão ou ainda ver o cinzento chicote do vento do outono, que tudo  desfolha  e descolore, nos faz pensar como seria melhor vivenciarmos só a primavera, mas tudo é escolha, assim então, foi a escolha do homem.

Primavera sempre falou comigo sobre nova oportunidade, novo tempo, novo inicio, afinal observe na primavera a vida é pintada nas cores, o frescor das flores exalando o perfume, tudo vindo da terra de onde a vida brota e provoca nos pássaros suaves cantos. Salomão registrou com sabedoria no livro de Cantares algo precioso: “Olha e vê que o inverno já passou; a chuva cessou e já se foi. Aparecem as flores na terra; chegou o tempo de cantar; já se ouve o arrulhar da rolinha em nossa terra.” (Ct 2:11-12 Bíblia Século 21). Isto era uma figura de Cristo falando à sua noiva, a Igreja. Mas, é bem propício para este tempo também empregar estas palavras, afinal como temos visto tanta gente vivendo um infindável inverno de lutas, dores e problemas.

Mas, como é liberador saber que Deus é especialista em fazer cessar o inverno que fere e trazer a primavera em cada vida dos que o seguem. Quando as janelas do nosso coração estão abertas isso é um passo de fé, porque por certo do lado de fora Deus já transformou a paisagem. Isto aconteceu comigo, pode acontecer com você. Houve um período tão desalentador na minha vida que tudo era cinza, não havia cores, não havia sonhos, nem paz e alegria.

Mas em 1974, em novembro de 74, eu rompi uma marcha de fé, e saí do tenebroso inverno para uma primavera onde vi renascer a vida e alegria de viver. É lógico que independente de ter me tornado tão hermético com relação à vida, porque a primavera estava lá fora, linda, florida, exuberante, mas eu estava preso a sentimentos ruins, até eu abrir o coração e a semente da vida entrou: Jesus Cristo.

Lembre-se do titulo desta postagem: a primavera de 1974 começou em novembro...e nunca mais acabou para mim. Quem experimentar isto também? Abra seu coração para Jesus, com Ele a primavera dura sempre. 

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

ROQUEIRO SE CONVERTE COM O FOLHETO SINOS DO INFERNO.




Frente e verso do folheto Sinos do Inferno que hoje é uma raridade. Publico por aqui para quem quiser reproduzir


"Porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo." João 12:47


Vilmar De Campo era conhecido como Ozzy tamanho seu envolvimento com as drogas e o rock metálico. Naquela época era pouco conhecido o heavy metal na região, mas Vilmar era um dos mais envolvidos com o alucinante ritmo. Infiltrado no mundo das drogas, tornou-se um ícone na cidade de Mogi Mirim e passou a ser chamado como já dissemos de Ozzy, (uma alusão a Ozzy Ousborne). Totalmente dependente, apesar da euforia do rock Vilmar vivia uma crise existencial tremenda, primeiro pelo uso e abuso das drogas e segundo pela sensação de vazio e vida sem sentido que experimentava.

Aficionado também em encanações apocalípticas em decorrência das músicas que versejavam sobre o fim do mundo, número da besta, a besta, e músicas que falam em anjos, luz, salvar o mundo em um tom místico, Vilmar se embrenhou cada vez mais com shows de rock pesado, sendo inclusive detido no Rock in Rio.

Vilmar antes da conversão, gesto censurado por respeito

A forma que Vilmar foi alcançado era no mínimo "suis generis" e mostra a força e poder de um folheto de evangelização. 

Acostumado a distribuir folhetos específicos sobre rock e drogas, entreguei um deles que versava sobre uma polêmica música Hells Bells (sinos do inferno) da banda AC-DC, para um jovem nas imediações da Rodoviária de Mogi Guaçu. 

O jovem dado também as drogas me disse: "valeu mano véio, eu tava na maior precisão de uma seda" (papel para enrolar maconha), valeu mesmo.

Confesso que fiquei um tanto chateado no momento, mas o que eu não sabia é que Deus tinha um plano para aquele folheto.


"Bola" era o apelido do jovem. E ele apanhou o ônibus e foi para Mogi Mirim, direto no amigo de consumo, o Vilmar. Chegando lá disse: "Ozzy, achei um pastor mais louco que nós dois. Olha o papel que ele me deu, vamos enrolar um fino aqui e puxar".


E Vilmar pediu para ver o folheto. Leu. Releu. Chamou sua atenção e resolveu guardá-lo. E mais tarde também resolveu procurar quem distribuiu o folheto.

Então marcamos uma reunião com os jovens da Equipe Paz e Vida para responder suas perguntas. Glória a Deus! O peixe de alto mar mordeu a isca. Vilmar tinha um Maverick amarelo-cheguei e um cabelão de roqueiro. 

Veio por diversas vezes e o atendemos. Mostrou-se satisfeito com as respostas. Mas parece-me que já tomou um contra-ataque em uma dessas vindas para Mogi Guaçu: Bateu o seu precioso Maverick. 

Mesmo assim continuou a frequentar as nossas reuniões. O Centro de Recuperação ainda estava em construção e Vilmar foi tratado mesmo na base do aconselhamento. Ele sempre fazia perguntas do tipo "pinga-fogo", e com amor, muita atenção,  ele foi cedendo até que chegou o dia  que se entregou.


Vilmar estava tão convicto do novo caminho abraçado que em 1986 participou e testemunhou na exibição do filme A Cruz e o Punhal no Ginásio Alexandre Augusto Camacho (o Camachão) em Mogi Guaçu, onde naquela noite um público de mais de 4.000 jovens assistiram àquele glorioso evento.

A Cruz e o Punhal, um filme baseado no livro de mesmo nome, de autoria do saudoso Pastor David Wilkerson, tem sido inspiração para a manutenção e sequência do nosso trabalho na área de prevenção ao uso indevido das drogas.


A conversão de Vilmar foi algo inusitado na região. Todos conheciam e sabiam bem que era o "Ozzy", o "bicho" que trocou as drogas pela Palavra de Deus. Em um memorável culto, numa igreja simples, pequena como é a Missão Paz e Vida, Vilmar se rendeu aos pés de Jesus. 

Não muito tempo depois descia as águas batismais. Mais um tempo, e por sua fidelidade discipular, foi consagrado ao santo ministério da Palavra e agora se tornava o Pastor Vilmar de  Campo. 

O ato solene da consagração de Vilmar ao pastorado foi  simples, mas de uma conotação profética abrangente.

Consagração de Vilmar ao Pastorado na Rua do Mirante

Com Vilmar, um grupo de irmãos de Mogi Mirim que frequentava em Mogi Guaçu  por simpatia a igreja local, a liderança da Missão Paz e Vida designou o Pastor Vilmar Dacampo para assumir a congregação de Mogi Mirim, e junto com  outros seis irmãos, iniciaram um trabalho na Rua do Mirante, num pequeno salão. 

Daí, o Senhor o fez prosperar em um trabalho de grande alcance de almas. Vilmar saiu da casa da dezena para a centena, tão logo mudou-se para a Rua Achiles Albano na Santa Cruz. 

Dali percorreu o caminho da conquista do primeiro milhar de pessoas, instalando-se agora na Rua Retirada da Laguna, no Mirante.

Vilmar consagra o vinho da 1a. Ceia em Mogi Mirim
Como escritor, publicou seu primeiro livro intitulado "A GLÓRIA DA CRUZ", ali transcreveu o seu milésimo sermão pregado em 23 de novembro de 2006, comemorando 20 anos de ministério pastoral e 40, de idade. 

Isto realmente foi uma conquista tremenda, afinal, além de manter-se firme e distanciado das drogas, Vilmar casou-se, constitui família e estabeleceu uma Igreja sólida. E com isto, sob as bênçãos do Pastor Vanelli e Pastora Sara, tornou-se o superintendente do campo missionário de Mogi Mirim, abrangendo outras cidades como Itapira, Americana, Pedreira, Santa Cruz das Palmeiras, Casa Branca, Londrina e Cianorte. Daí, a razão de ter se tornado Bispo Vilmar,  pois Bispo é o superintendente de uma região eclesiástica, no caso, o campo missionário de Mogi Mirim).

Capa do 1o.Livro de Vilmar


Contracapa do 1o.livro de Vilmar

Para concluir, publico aqui também o email que Vilmar me enviou com muito carinho pelo transcurso do meu 60o. aniversário dia 06.03 :

De: Vilmar Dacampo ;bispovilmar@hotmail.com;
Assunto: Por uma Grande Causa
Para: pastorvanelli@gmail.com

Quero neste dia(06.03.2009) parabenizar um grande canal e instrumento de Deus na minha vida!

O Homem que Deus escolheu para anunciar as boas novas do Evangelho para aquele que era conhecido pelo nome de “Ozzy”.
Quero Parabenizar o homem que se tornou meu amigo e pai na fé, que também  celebrou meu casamento e que dedicou meus dois filhos Estevão e Suzana.

Desejo um Feliz Aniversário aquele que me ungiu para ser Pastor nesta cidade e agora também em outras.

Reconheço e sou grato a Deus pelo seu ministério em minha vida.

Pr. Vaneli que neste aniversário Deus envie o orvalho fresco de Sua graça e unção sobre ti. Que seus anos sejam sempre cheios de Paz e Vida, que sua historia brilhe e seja testemunho vivo de nosso Senhor Salvador Jesus Cristo
Nunca se esqueça que amamos você e que nada poderá nos separar ou destruir-nos, pois temos uma aliança inquebrável
Feliz Aniversário ungido de Deus
Com carinho Vilmar e Sueli
Estevão e Suzana